No sábado de manhã eu pedi muito a Deus para que Ele me
desse forças e para que eu não chorasse quando o médico chegasse, pois ele iria
ganhar alta e eu precisava tirar muitas dúvidas. Próximo ao meio dia Vini ganhou
alta, o médico não conseguiu nem examinar, pois ele não acordava. Perguntei ao
médico como deveria proceder, caso o Vini continuasse dormindo muito. Ele me
informou que teria que começar a acordar sozinho pelo menos para mamar, caso
não acordasse eu deveria retornar ao hospital. Informou também que ele iria
tomar o Sabril por tempo indeterminado, que depois de 30 dias queria vê-lo,
caso não aceitasse bem essa medicação teria que tomar uma medição importada.
Somente neste dia consegui perguntar de que tipo de sequelas estava falando, ele
me falou que poderia não andar, não falar, ter dificuldades no aprendizado,
atraso no desenvolvimento motor, não sorrir... O Genir estava trabalhando então
liguei para a minha irmã para ver se o meu cunhado, o Adailton, poderia nos
levar para casa, na verdade eu não queria que os meus pais fossem nos buscar,
como que eu iria olhar para eles? Eu não conseguia ser forte. Como que eu iria
contar que era grave? Quando meu cunhado chegou já estávamos prontos e ao
descer no elevador lembro que falei que eu estava com muito medo e não sabia o
que fazer. Ao chegar em casa, o Vini ainda bem “dopado”, mesmo dormindo deu um sorriso, nesse momento eu despenquei e
chorei, chorei muito, como que eu poderia ficar sem ver aquele sorriso?
Logo depois o Genir chegou do trabalho e resolvemos
pesquisar na internet o que era a Síndrome de West, pois não tínhamos muito
conhecimento. A primeira página que abrimos falava que Síndrome de West é uma
forma grave de epilepsia, que de cada 4.000 a 6.000 crianças uma nasce com a
doença, que poderia dar muitas convulsões diariamente... não conseguimos ler
muito, o Genir saiu logo em seguida e eu terminei de ler somente parte daquela
página, mas sem entender praticamente nada.
Durante o tempo que o Vinicius ficou internado minha
irmã, pais, sogra, parentes, amigos, ligavam e eu sempre dizia que ele estava
ali para fazer os exames, que estava esperando o resultado. Ele realmente
estava bem, como que ele poderia ter uma doença grave? Eu não conseguia acreditar, não conseguia
entender... o que era essa tal de Síndrome de West??? Em momento algum eu não
quis que as pessoas fossem no hospital, é que sempre achei que não era grave,
era como se eu estivesse tendo um pesadelo e sabia que iria acordar logo, me
desculpem por não ter falado da gravidade, mas é que nem eu estava entendendo,
por mais que ecoava em meus ouvidos o médico falando o que o seu filho tem é
grave, é muito grave, eu não conseguia assimilar.
“Pedirei ajuda ao
Grande Deus;
Ele é quem resolve
todos os meus problemas". Salmo
57:2